O futuro do ainda presidente da câmara dos deputados, o progressista, bolsonarista alagoano Arthur Lira, é incerto.
Lira, que deixa o comando da câmara em fevereiro, chegou ao poder como um grande líder do centrão tendo como grande marca o orçamento secreto, um assustador escândalo de corrupção que ocupa as principais manchetes políticas, nacionais. Lira trava um duelo contra o ministro do STF Flávio Dino que recentemente determinou o bloqueio de 4 de reais em emendas parlamentares que durante os mandatos de Lira fizeram o centrão conquistar não apenas o controle da câmara, mas também abocanhar uma fatia considerável do orçamento público fazendo com que os aliados de Lira comprem prefeitura Brasil afora.
O progressista alagoano é visto como um grande problema por resolver do governo que ao perceber a força Lira nos bastidores do poder aceitou o aliado de Lira, o republicano bolsonarista de extrema-direita Hugo Motta, como próximo presidente da câmara dos deputados.
O processo que envolvia aliados de Lira em um escândalo de desvio de dinheiro público na compra de kits de robótica para escolas públicas alagoanas foi enterrado pelo ministro do STF Gilmar Mendes.
Não é segredo para quem acompanha os bastidores do poder que o grande sonho de Lira é ser eleito senador em 2026, quando os brasileiros vão eleger dois senadores por estado.
A guerra com o ministro Flávio Dino no escândalo de emendas sem a menor transparência desmascara completamente o deputado federal mais votado de Alagoas especulado como um possível ministro do governo Lula em 2025 e encerra 2024 enfraquecido não apenas termos jurídicos, mas principalmente em termos políticos por conta do escândalo das emendas parlamentares que mesmo com uma fatia dos 4 bilhões liberadas as perguntas feitas por Flávio Dino não foram respondidas devidamente.
É fato que até as eleições de 2026 muita coisa irá acontecer, mas não se pode negar que Lira deixa a presidência da câmara enfraquecido e com sua possível candidatura em risco.